domingo, 20 de abril de 2014

Filme: Lolita

"Lolita, luz da minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo o céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li.Ta.” 
Vladimir Nabokov




Data de lançamento: 27 de setembro de 1997 (Itália)
Direção: Adrian Lyne
Duração: 137 minutos
Música composta por: Ennio Morricone
Autor: Vladimir Nabokov

Sinopse: Em 1947, um professor de meia-idade (Jeremy Irons) de origem inglesa vai lecionar literatura francesa em uma pequena cidade da Nova Inglaterra e aluga um quarto na casa de uma viúva (Melanie Griffith), mas só realmente decide ficar quando vê a filha (Dominique Swain) dela, uma adolescente de doze anos por quem fica totalmente atraído. Apesar de não suportar a mãe da jovem se casa com ela, apenas para ficar mais próximo do objeto de sua paixão, pois a atração que ele sente pela enteada é algo devastador. A jovem, por sua vez, mostra ser bastante madura para a sua idade. Enquanto ela está em um acampamento de férias, sua mãe morre atropelada. Sem empecilhos, seu padrasto viaja com sua enteada e diz a todos que é sua filha, mas na privacidade ela se comporta como amante. Porém, ela tem outros planos, que irão gerar trágicos fatos.


- Eu te amei, era um monstruoso pentápode, mas como te amava. Era desprezível, brutal, torpe – tudo isso e muito mais, mais je t´aimais, je t´aimais! E houve momentos em que sabia como você se sentia, e era um inferno sabê-lo, minha menina querida. Minha pequena Lolita, minha corajosa Dolly Schiller!

Lembro certas ocasiões (icebergs no paraíso) em que, saciado dela – após fabulosas e dementes investidas que me deixavam exausto, o corpo listrado de azul na luz que penetrava pelas persianas do motel -, eu a tomava nos braços com (enfim) um mudo gemido de ternura humana (sua pele brilhando com reflexos de neon, seus cílios cor de fuligem emaranhados, seus olhos sérios e cinzentos mais vazios do que nunca – para todos os efeitos uma pequena paciente recém-saída da sala de operação, atordoada (ainda anestesia); e a ternura, penetrando mais fundo, transformava-se em vergonha e desespero, e eu embalava a leve e longínqua Lolita nos meus braços de mármore, e gemia nos seus cálidos cabelos, e a acariciava a esmo implorando mudamente seu perdão e, no auge dessa onda de ternura tão humana, tão sofrida e abnegada (com minha alma literalmente pairando sobre seu corpo nu, prestes a arrepender-se), de repente, ironicamente, horrivelmente, o desejo voltava a crescer – e “ah, não”, diria Lolita com um suspiro dirigido aos céus, e no instante seguinte a ternura e a listras azuis se partiam em mil pedaços.


"Tinha sido amor à primeira vista, à última vista, às vistas de todo o sempre"


Texto tirado de: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-5473/
http://kdfrases.com/frase/136209
http://julianamendessvete.wordpress.com/2010/10/17/frases-de-vladimir-nabokov/

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